quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Um pouco da História de Santa Teresinha

Na noite de dia 02 de janeiro de 1873, nasce em Alençon (França) a nona e última filha do casal Luís Martin e Zélia Guérin. Aos 09 de abril de 1888, entra no Carmelo de Lisieux e morre no dia 30 de setembro de 1897. Em 17 de maio de 1925, Pio XI preside a cerimônia de canonização de Teresinha Martin, na presença de 33 cardeais, 250 bispos e milhares de fiéis. Em 1927, ainda o Papa Pio XI a declara “Padroeira principal das Missões em todo Universo em pé de igualdade com S. Francisco Xavier”. Em 1997, a santa da simplicidade foi declarada Doutora da Igreja. Eis aí um resumo das principais datas de sua vida, veremos agora o porquê deste “furacão de glória”.
 A espiritualidade de Santa Teresinha
O Espírito Santo conduziu a jovem Teresa a redescobrir a realidade mais fundamental do Evangelho: Deus é verdadeiramente nosso Pai e nós somos seus filhinhos, e com o Espírito podemos nos dirigir com confiança ao Deus amoroso e cheio de Misericórdia, e falar-lhe como Jesus falava: Abbá, Paizinho! Assim é que, conhecendo a verdadeira face de Deus, Teresinha, cujo “amor a Deus crescera com ela à sombra do claustro, a ponto de se tornar um abismo cuja profundidade não era possível calcular”, se lança com toda liberdade em um caminho marcado acima de tudo pela confiança sem limites no Amor Misericordioso de Deus e neste caminho entende que a única coisa que vale aos olhos de Deus é o amor: amor a Deus e ao próximo.
Nesta via, marcada pela confiança a Deus e abandono à sua Vontade Santa, qualquer pessoa, por mais fraca que fosse, poderia seguir sem se importar em acumular méritos, mas esperando receber tudo de Deus. O importante era viver o dia a dia dando tudo de si para fazer com amor todas as pequenas coisas e serviços que estivessem ao seu alcance, mas reconhecendo-se sempre pequeno e esperar tudo de Deus.
Não se aborrecer com as suas faltas ou pecados, mas arrepender-se, alegrando-se de reconhecer-se sempre pobre e necessitado da graça e da força de Deus; não mais pensar em si, mas concretamente voltar-se para o outro através do serviço e de uma convivência fraterna e alegre; não mais viver para si, mas sacrificar-se e consumir-se no amor com o único intuito de salvar o maior número possível de almas, para que Deus fosse eternamente amado por elas.
Este caminho novo a alegrava especialmente porque poderia ser seguido por toda uma multidão de pessoas comuns, que sem poderem jamais fazer nada de prodigioso, poderiam cumprir no amor a vontade de Deus no dia a dia. Em resumo, Teresa ia descobrindo que a verdadeira santidade era algo bem simples, e que estava ao acesso de todos os homens, e que ninguém era excluído por Deus. A chave desta descoberta de Teresinha foi a compreensão da verdadeira face de Deus: Ele é Misericordioso, é Pai Amoroso, é Justo não porque nos faz cobranças mas porque conhece o nosso coração, as nossas intenções, a nossa fragilidade, o nosso nada.
Da descoberta do Amor Misericordioso de Deus ao Amor Universal de Teresa
Santa Teresinha sente-se inspirada a se oferecer “como vítima de holocausto ao Amor Misericordioso de Deus” para que a sua vida se transforme num ato perfeito de amor a Deus, e para que seja fecunda no sentido de fazer Jesus conhecido e amado. A partir de então, o amor fraterno e o zelo apostólico de Teresa se tornam cada dia maiores. Sente-se inflamada pelo desejo de salvação das almas e seu zelo pela Igreja e pelas Missões no mundo inteiro a consomem. Tornara-se a Irmã universal, todos os homens são seus irmãos, especialmente os mais pecadores, os ateus, os infiéis. Luta com todas as suas armas para salvá-los.
Suas armas são todas espirituais: a oração, a humildade de coração, a castidade, o sacrifício, a pobreza, a ternura que dispensava às irmãs de sua comunidade. Gostaria de ser tudo para poder servir a todos; queria ser mártir para dar testemunho de Jesus com a própria vida; queria ser apóstola e missionária para pregar o nome de Jesus em toda a Terra; queria ser profeta e doutora para poder instruir as pessoas sobre a Verdade; gostaria de ser guerreira para lutar por Jesus, e ser sacerdote para poder dá-lo às almas.
Era o amor a Deus que incendiava assim o coração da pobre Teresa e que veio mostrar a ela que a única maneira de ser tudo para todos, era o Amor. Ousada como sempre, Santa Teresinha partilha que “a Igreja tinha coração e que este era ardente de amor… o amor abrange todas as vocações e alcança todos os lugares…”, e sem a menor cerimônia ela se apossa de sua vocação: Minha vocação é o amor”, “serei o amor… Assim serei tudo…”.
E é impressionante vê-la escrever no último ano de sua vida: “Agora compreendo que a caridade perfeita consiste em suportar os defeitos dos outros, em não se admirar de suas fraquezas, em edificar-se com os mínimos atos de virtude que se lhes veja praticar; antes de tudo aprendi que a caridade não deve ficar estanque no fundo do coração”. Depois de uma vida toda edificada no amor, o Espírito Santo vem lhe ensinar ainda que o maior, o mais perfeito, o mais verdadeiro amor é o de Jesus, e que é preciso que ela ame seus irmãos, suas irmãs como o próprio Jesus os teria amado.
A Infância Espiritual: obra do Espírito Santo
Por que Deus concedeu tamanha glória a Santa Teresinha, e tamanho poder de intercessão? Por que permitiu que ela morresse tão jovem, aos 24 anos de idade, no apogeu de sua juventude? Ora, o Senhor havia realizado na vida de Teresinha uma obra maravilhosa, e na verdade o Espírito Santo a conduzira a viver a fundo e a testemunhar o que é o Amor Misericordioso de Deus, que a santidade é possível e que todos os homens são chamados a ela.
O Espírito Santo, que gosta de confundir os grandes, os poderosos e os sábios deste mundo, vem através de uma jovem desconhecida de todos, gritar ao mundo que é possível ser santo, porque Deus é Santo, e é nosso Pai. Ah, loucura de Deus mais sábia que toda esperteza do mundo, utilizar-se desta criança, Santa Teresinha, para nos lembrar e ensinar que somos chamados à santidade, nós homens e mulheres do século XX e vindouros, onde a ciência e a mentalidade modernas mais procuram nos afastar que nos aproximar de Deus! Foi para o nosso bem, para que pudéssemos aprender com ela, que Deus permitiu que Teresinha morresse tão jovem e fosse canonizada tão rapidamente; ela na verdade foi, como diz o Evangelho, o “grão de trigo caído por terra, que se morrer produz muito fruto”.
Bibliografia:
- Teresa de Lisieux, Santa. História de uma alma, Manuscritos Autobiográficos
- Il est vivant n. 65 e 113
- Gaucher, GUY. Santa Teresinha – História de uma vida, Ed. Loyola, 1985
- “Curso sobre Sta Teresinha”- por Frei José Claúdio, OCD
- Sciadini, Patrício. Eu, Teresinha do Menino Jesus. São Paulo: Ed. Loyola, 1997
- Sciadini, Patrício. Uma chuva de rosas. Fortaleza: Shalom, 1998
- Shalom Maná n. 61.

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